For all my life I always thought of things that I would change so my kids wouldn't go through. Of course, there were some costumes and things that I liked in my life that I wanted to pass forward with the hope that they would keep for themselves. There are always things in our lives that we dislike but also like it. When my oldest was born I was in the process of changing radically my way of life, I was going to migrate to another country. The first reason wasn't thinking of my kids, to be frank, but after I arrived in Canada I started to think that it was good for them as well.

_{The life in a big city sometimes is boring inside buildings. [Free-for-use in Pixabay[}

  At first I came here just as a CV improvement, going back to Brazil was still an option. But after leaving around here I saw that my kids would have many benefits that I didn't have. I grew up in an apartment building in a busy city like Rio de Janeiro. The street in front of the building has traffic jams during rush hours and many people are walking on the sidewalks. Most of my playing when I was a kid was inside a building that had a playground, a small pool, and stairs.

  Playing hide and seek in a building with 11 floors was good. Most of my friends were from that building. We even had a space in the garage to play soccer. Of course, I started to leave the building alone after I got responsibilities, including an English course and school.

  Here in Canada I lived in two different places, similar town sizes of around 100 thousand inhabitants versus the 6 million in Rio. In both places, I lived on streets that weren't a main street, such as a Court or a Way with a dead end. My daughters are playing in the streets, especially in the summer, still when they are young. It is normal to see kids playing around their 4-year-old in the street. The major concern is getting hit by a car, so it is good to have an adult around just to watch it. The school is just a 10-minute walk.

  They are living in a culture that I didn't have an opportunity to live, stressless about Rios problems, such as traffic jams, violence, and corrupt people. But of course, there are parts of the culture that I want to keep with them but it is going to be hard. At least they like some regional foods like "brigadeiro" and they try to speak "Portuguese". But my love for Brazilian soccer probably will die with me. Also, I am lucky that they are in an environment free of "funk" and "pagode", regional popular music in Rio de Janeiro which is known as trash music, with bad lyrics that have misogyny and sexual context ( please do not get mixed with Trash metal).

  I was successful in giving a different life that I had to my kids. But I don't mind also if they in the future decide to go back and live in Brazil. If it makes sense in their heads, it will be about their path in life that they will build, like I wanted and did. But for sure inside of me, I will ask "why". But in the end I will be happy for them to change the way of life that they think it is appropriate for them and possible, their children.

  Durante toda a minha vida, sempre pensei em coisas que mudaria para que meus filhos não passassem por elas. Claro, havia alguns costumes e coisas que eu gostava na minha vida e queria passar adiante, com a esperança de que eles mantivessem para si mesmos. Sempre há coisas em nossas vidas que não gostamos, mas também gostamos. Quando minha filha mais velha nasceu, eu estava no processo de mudar radicalmente minha forma de vida, estava indo migrar para outro país. A primeira razão não era pensar nos meus filhos, para ser franco, mas depois que cheguei ao Canadá, comecei a pensar que também era bom para eles.

  No começo, vim aqui apenas para melhorar meu currículo, voltar para o Brasil ainda era uma opção. Mas depois de morar por aqui, vi que meus filhos teriam muitos benefícios que eu não tive. Cresci em um prédio de apartamentos em uma cidade movimentada como o Rio de Janeiro. A rua em frente ao prédio fica congestionada durante o horário de pico e muitas pessoas estão andando nas calçadas. A maior parte das minhas brincadeiras quando criança era dentro de um prédio que tinha um playground, uma piscina pequena e escadas.

  Brincar de esconde-esconde em um prédio com 11 andares era bom. A maioria dos meus amigos eram desse prédio. Até tínhamos um espaço na garagem para jogar futebol. Claro, comecei a sair do prédio sozinho depois que tive responsabilidades, incluindo um curso de inglês e a escola.

  Aqui no Canadá, morei em dois lugares diferentes, cidades de tamanho semelhante, com cerca de 100 mil habitantes versus os 6 milhões no Rio. Em ambos os lugares, morei em ruas que não eram uma rua principal, como uma Rua ou uma Via sem saída. Minhas filhas brincam na rua, especialmente no verão, ainda quando são jovens. É normal ver crianças brincando por volta dos 4 anos de idade na rua. A maior preocupação é serem atropeladas por um carro, então é bom ter um adulto por perto apenas para vigiar. A escola fica a apenas 10 minutos a pé.

  Elas estão vivendo em uma cultura que eu não tive a oportunidade de viver, sem estresse em relação aos problemas do Rio, como engarrafamentos, violência e pessoas corruptas. Mas, claro, há partes da cultura que eu quero manter com elas, mas vai ser difícil. Pelo menos elas gostam de alguns alimentos regionais como "brigadeiro" e tentam falar "português". Mas meu amor pelo futebol brasileiro provavelmente morrerá comigo. Além disso, tenho sorte de que elas estejam em um ambiente livre de "funk" e "pagode", música popular regional no Rio de Janeiro conhecida como música ruim, com letras ruins que têm misoginia e contexto sexual (por favor, não confunda com Trash metal).

  Tive sucesso em dar uma vida diferente da que tive para meus filhos. Mas não me importo também se, no futuro, eles decidirem voltar e viver no Brasil. Se fizer sentido em suas mentes, será sobre o caminho na vida deles que eles vão construir, como eu queria e fiz. Mas com certeza dentro de mim, vou perguntar "por quê". Mas no final ficarei feliz por eles mudarem o modo de vida que acham adequado para eles e, possivelmente, para seus filhos.