Eu sempre fui um fã de anime, principalmente na minha juventude e início dos 20 anos. Costumava assistir animes que eram exibidos na TV aberta, como Saint Seya, Rurouni Kenshin, Yuyu Hakusho e Dragon Ball Z, mas também baixei muitos animes pela internet para assistir no meu computador. Assistia a uma variedade de categorias diferentes de animes, como horror e ação, além dos dramáticos. No entanto, dei uma pausa e comecei a focar mais em filmes, já que minha esposa começou a assistir comigo e não gostava de animes. Muitas pessoas têm um certo estigma de que anime é uma animação voltada para crianças. No entanto, quem os assiste sabe que muitos tipos de animes não são adequados para menores de 18 anos. Não faz muito tempo, li uma ótima resenha do @intishar sobre Death Note. Já tinha ouvido falar sobre isso, especialmente depois que a versão live-action foi lançada na Netflix, mas nunca havia tentado assistir. Após a resenha, decidi assistir, e fiquei tão impressionado que não consegui parar meu binge-watching por um dia sequer. Ele tem 37 episódios, e todos os dias assisto a mais de dois episódios, já que cada episódio tem cerca de 20 minutos de duração. A premissa do anime é: "O que você faria se tivesse um caderno mágico para escrever os nomes das pessoas que vão morrer?"

  Light Yagami, um estudante do ensino médio, encontra este caderno. O caderno pertence a um Shinigami, um tipo de deus da morte japonês. Shinigamis permitem que humanos possuam esses cadernos para sua diversão. Light é um estudante muito inteligente que exalta a justiça. Então, ele decide focar em usar o caderno para matar criminosos. Ele começa matando criminosos condenados, que já foram julgados como culpados, mas então ele começa a matar pessoas que, em sua visão, são consideradas culpadas. Após alguns episódios, ele começa a matar qualquer pessoa que ele ache que poderia criar problemas para seus planos, incluindo investigadores da polícia. Light começa a ser consumido pelo seu poder e se proclama muitas vezes como um deus. Então, serei franco, no início, você cria algum vínculo com Light, mas depois de um tempo, começa a sentir uma certa repulsa. Acredito que o criador deste anime fez isso de propósito. Em muitas comunidades ao redor do mundo, vemos pessoas a favor da pena de morte para criminosos, e muitos partidos de extrema direita incluem isso em suas campanhas políticas. Também no anime, vemos uma grande parte da população apoiando as ações de Kira, como a população passou a chamar Light após o jornal o nomear assim (Kira é "assassino" em japonês). E acredito que, no mundo real, a mesma coisa aconteceria. Pessoas que vivem diariamente em comunidades violentas não veem os governos tomando medidas para lidar com essa violência, então é um sentimento normal que poderia crescer, como se a única solução para o crime fosse matar todos os criminosos para resolver o problema. Assim, Light recebeu o caderno quando era jovem, e quando somos jovens, pensamos que podemos mudar o mundo e criar um paraíso. Em vez disso, à medida que o anime avança, Light estava se transformando principalmente em um tirano que podia decidir quem vive ou morre.

  Na minha visão, podemos dividir o anime em duas eras. A era "L" e a era pós-"L". O que é "L"? "L" é o nome código do detetive que estava perseguindo Kira (ou Light) e é principalmente o antagonista de Kira, eles estavam basicamente jogando um jogo de xadrez para ver quem pegaria quem. Durante a maior parte de sua vida, "L" não sabia quem era Kira, e Light também não sabia o nome real de "L". Após 26 episódios, finalmente Light derrota "L". Naquele momento, sentimos que o anime poderia terminar ali, mas talvez devido ao sucesso, o diretor decidiu continuar. Mas serei franco, os primeiros 26 episódios são os melhores. A era pós-"L" continua com os sucessores de "L", dois órfãos que receberam a tarefa de sucedê-lo. Near e Mello decidem competir entre si para pegar Kira. Claro, no final do anime, não poderia terminar de outra forma para Light, como o Shinigami disse quando Light pegou o caderno pela primeira vez, que ele ia tirar a vida de Light e que ele não iria nem para o inferno nem para o paraíso. Acredito que o anime trouxe discussões sobre como é perigoso dar o poder de matar a qualquer pessoa, mesmo que seja para matar apenas criminosos. O jogo mental entre L e Light é surpreendente. O único problema para mim durante o anime, além de poder ter terminado após o 26º episódio, é que às vezes animes com temáticas muito sérias ainda gostam de incluir personagens bobos com emoções exageradas e gritos, como a atriz Misa Amane, que acaba sendo a parceira de Light na maior parte do anime. Ela também encontra um caderno e é fã de Kira, mas na maior parte do tempo é uma garota muito ingênua com sentimentos exagerados, idolatrando Kira. Mas, em geral, é um dos melhores animes que já assisti, com certeza.